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A criação das inovações contábeis


Grande parte daquilo que é utilizado na contabilidade gerencial e daquilo é estudado pelos acadêmicos é resultado das inovações da contabilidade gerencial.

Inovações são desenvolvidas por empresas, forçadas pelas necessidades e alavancadas por consultores independentes.

Nem tudo que existe na contabilidade foi primeiro estudado para depois ser criado e utilizado. Pelo contrário. Muitas coisas que há na contabilidade foram criadas, como inovações, e utilizadas antes de seres estudadas cientificamente.

Quer ver uns exemplos?

A primeira guerra mundial não foi um problema para os trabalhos de consultorias gerenciais. As análises de variâncias do primitivo custeio padrão foi publicado por consultores de gestão, Emerson e Harrison, nas décadas de 1910 e 1920.

Quando as primeiras lâmpadas incandescentes ainda eram instaladas nos centros das cidades, o famoso ROI (Retorno sobre o Investimento) foi desenvolvido. Isto aconteceu por volta de 1910, quando o ROI foi desenvolvido por um engenheiro elétrico sem precedentes acadêmicos. O ROI apenas passou a ser pesquisado e ensinado cientificamente por volta de 1950. Depois, ganhou valorização em 1980 pelas empresas, devido à preocupação com margens de lucro, retornos e novos modelos de lâmpadas.

O fluxo de caixa descontado, técnica de orçamento de capital, teve sua primeira publicação também por um engenheiro chamado Eugene Grant por volta de 1940. Quem viveu nessa época não imaginava que uma década depois, em 1951, a academia estaria bem animada, discutindo este assunto com certa profundidade.

Em 1950, também surgiu uma das versões mais embrionárias possíveis daquilo que chamamos hoje de Custeio ABC (Custeio baseado em atividades). O ABC foi considerado como “os primeiros experimentos necessários para a sobrevivência das empresas”. Nesta época, o ABC tinha um nome com muito mais letras: era chamado de "event drivers". Na década seguinte, o ABC ganhou a publicidade ao chegar na academia para ser estudado cientificamente, ficando aprimorado e sendo propagado por Robert Kaplan, enquanto trabalhavam para a KPMG.

A primeira tentativa de se aplicar o orçamento de base zero foi feita em 1964 pelo Departamento Agrícola dos EUA, porém Pter Pyhrr desenvolveu o método em 1969, sendo depois publicado nas experiências de TI. Anos depois, a contabilidade receberia esta inovação de braços abertos e com as devidas razões tecnológicas.

Sabe o que todos estes exemplos possuem em comum? Todos eles são de inovações da contabilidade gerencial, promovidas por aqueles que estavam sentido na pele algum tipo de crise organizacional. Todas essas pessoas tinham um plano B. O plano B era fazer alguma coisa com criatividade, caso o plano A não funcionasse. Essas são coisas que foram feitas, criadas e geradas, enquanto se aprendiam sobre elas, sendo apenas depois estudadas. pesquisadas, aprimoradas. A ordem destes fatos levou mudanças às empresas, e posteriormente, chegou nas academias científicas.

A academia foi receptiva com estas criações e com seus criadores. De criadores, havia de tudo: analistas, críticos, observadores, advogados, engenheiros etc. Sim, gente de todas as áreas criaram coisas para a contabilidade. A academia científica não rechaçou o fato de não ter tido um papel na construção destes recursos gerenciais, mas reconheceu as mudanças, contribuindo para o aprimoramento dos recursos de contabilidade gerencial.

A prática de se criar uma contabilidade construtivista no ambiente empresarial de forma despretensiosa em relação a ciência foi o que permitiu que a criatividade na contabilidade gerencial fosse utilizada sem restrições. Quer dizer, a prática de se inovar na contabilidade permitiu isso.

por Eric Ferreira

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