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O enigma do XBRL para contadores, empresários e computadores!


Vou falar quatro letras: XBRL. Calma, este não é o próximo imposto de renda moderno do Brasil. Não é um anagrama, nem a sigla de um novo partido. Ainda que pareça cabalístico e coisa de político. Também não é a sobra da sopa de letrinhas que os contadores de custos deixaram aos empresários, embora cabível como o novo ingrediente da produtividade no meio corporativo brasileiro. Este mistério pode até ser uma novidade para você, mas para o resto do globo não é. Qual é a deste enigma então?

Se você nunca soube deste enigma, aqui lá vai o nome completo dele: eXtensible Business Reporting Language. Agora você já sabe, mas continua sem entender. Não busque entender, caso não seja empresário. Não busque traduções e nem pense que esta frase está em inglês. O Google Tradutor realmente não traduz. Esta expressão está escrita numa outra língua, mundialmente reconhecida. É a chamada linguagem dos negócios que ninguém compreende e nem sabe falar, exceto o computador. Quer dizer, o computador apenas compreende, os contadores são quem realmente traduz, se é que entendem, e os empresários tentam saber. De sobra, quem realmente falam são os profissionais TI (Tecnologia de Informação).

Por favor, não queira acrescentar a letra "U" para a sigla do pessoal de tecnologia de informação. UTI é coisa de outra área, mas o assunto é de emergência. A turma da TI sabe mais do ninguém que este enigma tem por trás outra sigla: XML. Sim, XBRL é baseado em linguagem XML e para eles este é o X da questão. Para os contadores, o X é outro e fica no contexto do B de Business. XBRL é uma norma global de licenciamento para o relato de informações financeiras, gerenciais, econômicas e outras que tem por objetivo ajudar países e empresas a extrair com mais eficiência as análises de todos os tipos, agilizando o processo de tomada de decisão. Agora o enigma ficou com outra cara. Os computadores compreendem.

Mesmo assim vou traduzir de outra forma, se é que eu entendo como contador.

Sabe aqueles relatórios contábeis que muitas empresas publicam em jornal. Pois então. O jornal tende a acabar junto com suas letrinhas e seus números, quer dizer, pelo menos os relatórios contidos nele. Contudo, a contabilidade não acaba por aí, pelo contrário. O tal do XBRL promove uma nova formulação para a publicação de informações, uma vez que converte informações definidas do papel em dados massacráveis. Nada como torturar dados. Vide estatística.

Isto propicia muito a realização de análises de vários tipos e a facilita pesquisas científicas. Os países já olharam para os benefícios disso. A Coréia, por exemplo, atraiu investimentos estrangeiros. Os reguladores, no Japão, avaliaram riscos ambientais a longo prazo. A China e a Rússia ficaram inteligentes com suas estruturações de dados. Os países gostaram disso. Cada país tem a sua taxonomia. No Brasil, as condições para o uso está sendo formando gradativamente. Com o XBRL, os países, no mínimo, ficaram bilíngues e os governos foram e serão os primeiros a utilizarem para fins regulatórios, obviamente, e com diversas prioridades, pois a prestação de contas ficou e ficará facilitada, além de acessível. Os computadores compreendem.

A estrutura do XBRL é flexível o suficiente para que as empresas forneçam informações diferenciadas, além das próprias demonstrações contábeis, permitindo a melhoria do desempenho financeiro, da prestação de contas, da transparência e da confiança no mercado. Aqui o empresário começa a saber alguma coisa. Por outra vertente, permite análises de cunho gerencial, inclusive análises de custos, traduzidas por contadores de custos. O XBRL cria a possibilidade de contadores brincarem com o cubo mágico, ou seja, é possível realizar análises tridimensionais por meio do chamado hypercubo. Exatamente! Contadores podem brincar sem acusações de infantilidade.

Para os contadores, os benefícios são vistos pela melhoria da qualidade e usabilidade dos dados. Sim, existe custo de melhor usabilidade dentro deste tal de XBRL. Falta descobrir como o custo ficou perdido lá dentro. Computadores compreendem. Os caras do TI falaram que os custos estão sob a forma de metadados estabelecidos por taxonomias. Taxonomias permitem a modelagem das informações, que mais tarde se tornam informações comunicáveis, traduzíveis por contadores. A contabilidade também trabalha neste outro X, o R de reporting. Comunicar informação faz parte das atribuições da contabilidade. No XBRL, as informações vêm por instâncias e em instantes, deixando os empresários felizes e entendidos. Quando isso não acontece, ficam entendiantes.

Podemos já registrar que a adoção do XBRL requer custos iniciais de implementação, manutenção e certificação. Por consequência, há a redução custos de elaboração de demonstrações e de disponibilidade de informações. Sim, você encontra novos custos de agora, mas perde os velhos custos de sempre. Sem contar que, falando a língua do empresário, a produtividade aumenta. Neste L, há uma boa “linguage” .

Não que seja uma sopa de letrinhas necessariamente, mas percebo que o XBRL é uma língua multilíngue. Nele, muitos podem falar de um mesmo custo, de jeitos diferentes e ainda se entenderem. Vai entender isso! Você entende? É apenas um enigma mesmo.

por Eric Ferreira

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